sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Concurso de Escrita "Os livros fazem-se de sonhos..." - Texto de Cátia Mateus (7º2)

OS LIVROS FAZEM-SE DE SONHOS…


Era uma vez um menino chamado Pedrocas. Este rapaz nunca tinha sonhado e, também, acreditava que não tinha imaginação. Um dia, decidiu perguntar ao pai se tinha alguma ideia para resolver este problema.
- Pai, preciso muito da tua ajuda! Disse Pedrocas com um ar esperançado.
- O que se passa, filhote? Há problemas com alguma miúda lá na escola?!
- Não… quer dizer, sim, mas isso agora não interessa! O que eu preciso mesmo é que me ajudes a sonhar e a ter imaginação.
- Isso é muito fácil, só tens de ler vários livros. Eles, sim, podem ajudar-te.
- Ler livros? Questionou exasperado o Pedrocas. – Pai, estamos no século XXI, não estamos na Idade da Pedra!
- És muito engraçadinho… Se não acreditas, podemos fazer uma aposta. Se eu ganhar, tu nunca mais voltas a desconfiar dos teus pais, e isto também é válido para a tua mãe, se tu ganhares, dou-te 10 euros. Pode ser? Perguntou-lhe o pai com ar de vencedor antecipado.
- Pode ser, mas já sei que vou ganhar! Exclamou muito convencido.
No dia seguinte, depois do último tempo de aulas, Pedrocas dirigiu-se à Biblioteca Escolar para escolher e requisitar um livro.
- Estes livros são uma grande seca! Desabafou em voz alta, enquanto percorria algumas prateleiras.
- Se quiseres, posso ajudar-te… Era a sua amiga Sofia que também estava na biblioteca a fazer um trabalho de pesquisa para Ciências Naturais.
- Sofia, eu ia adorar.
- Toma este livro… Chama-se Os Livros Fazem-se de Sonhos… é a obra mais recente de Alice Vieira. Mal posso esperar que saia a próxima!
- Deve ser bom… Disse Pedrocas hesitante.
- Bem, tenho de ir andando, espero que gostes do livro. Até amanhã.
- Adeus, Sofia.
            O rapaz procurou um canto resguardado e mergulhou na leitura do livro aconselhado pela colega. Quando chegou ao segundo capítulo, pensou para si “Este livro é realmente o melhor que já li, mal posso esperar pelo final.”
            Todavia, quando chegou ao final…
- Mas o que é que se passa aqui?! Porque é que o livro não tem fim?! Será que alguém rasgou a última parte ou essa Alice Vieira não teve imaginação suficiente para acabar a história?
            O menino abandonou a biblioteca e foi para casa muito desapontado. Sentia-se um vencedor, por ter ganhado a aposta com o seu pai, mas, ao mesmo tempo, sentia-se enganado, porque a sua amiga Sofia recomendara-lhe um livro que não tinha fim. Deitou-se na cama e fechou os olhos.
Enquanto dormia, começou a acontecer o que ele menos esperava, começou a sonhar… O seu sonho misturava-se com a história do livro, mas, desta vez, havia um fim. Quando acordou, começou a gritar e correu pela casa como uma lebre à procura do pai:
- Pai, ganhaste a aposta, mas o vencedor sou eu! Acabei de ter o melhor sonho do mundo!
- Eu disse-te que ia ganhar essa aposta. Disse o pai com ar de quem tinha alcançado o seu objetivo. No entanto, Pedrocas ainda sentia que lhe faltava algo, por isso questionou o pai:
- Pai, eu ainda não estou satisfeito… entendes-me?
- Sim, filho, percebo. Tu ainda só foste uma vez para o vale dos lençóis… Quando te voltares a deitar, a coisa vai melhorar.
            Quando o menino já estava deitado, fechou os olhos e começou a sonhar outra vez o mesmo sonho, porém, o final deste era bem diferente.
            No dia seguinte, Pedrocas sentia-se muito bem, pois tinha alcançado os seus dois grandes objetivos: sonhar e ter imaginação. Quando encontrou a sua amiga Sofia na escola, disse-lhe:
- Obrigada, se não fosses tu e o meu pai, eu ainda não teria imaginação, não teria sonhado tão docemente… Aquele livro é realmente muito bom, mexeu comigo.
- Não tens de agradecer, se fosse ao contrário, sei que também farias o mesmo. Respondeu Sofia com um enorme sorriso.
- Sabias que “Os livros fazem-se de sonhos…”? Perguntou o rapazote.
- Claro que sabia, aliás, até Alice Vieira o sabe! Respondeu a jovem com uma cara alegre.

Texto selecionado para o concurso “Os Livros Fazem-se de Sonhos…” – 7º Ano
Agrupamento de Escolas do Forte da Casa.
Dezembro de 2011

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